miércoles, 8 de enero de 2014

Coisas do meu Brasil...do meu CEARÁ, melhor dizendo!

Por termos perspectivas moldadas pela sociedade em que vivemos, pensamos que certas atitudes e costumes são universais e só notamos o real valor de algumas coisas quando não estamos em nossa terra natal. 

Coisas como comer arroz com feijão (não tinha noção da falta q isso ia me fazer), arroz branco, à grega, quentinho e mole (pq aqui é duro e frito, na maioria das vezes), do macarrrão vermelhinho (pelo menos com cor), pão no café da manha e ver a manteiga derretendo devido ao calor do pão recém saído da padaria (isso é delicioso), açaí (amooooo!), tapioca, bolo mole, suco de frutas (aqui eles chamam de água de sabor, é mais ou menos isso, mas acho que a quantidade de água para a quantidade de fruta é um pouco desproporcional, daí resulta numa água turva) - quando vc cresce acostumado com suco de manga grosso, que vc sente que tá praticamente a manga pura com um pouco de água, uma limonada com bastante limão, uma laranjada forte (em alguns casos sem água só o sumo - no Brasil), a água de sabor fica parecendo que a pessoa não tinha fruta suficiente pra fazer o suco ou é pão dura (kkkkkkkk), sinto falta de guaraná, cajuína, doce de caju, suco de caju, de ver o por de sol na ponte metálica, de cantar ao som de um violão, de cantar na igreja, de reuniões de oração, de orar no meu quarto com a minha mãe, de deitar na cama com meus pais e minha irmã pra ver um filme, do cheiro da minha casa, de abraçar minha avó, dos meus livros, do cheiro de terra molhada depois que chove, sobretudo numa viagem de carro (aqui chove muito mais...hehehehehehe, mas o cheiro não é o mesmo), do meu perfume preferido: Galbe, de visitar minha vó gaúcha e comer feijoada na casa dela, bolo de banana com canela, pizza de banana com canela, de rir da desgraça alheia (no bom sentido, claro, das presepadas que via na rua), de assistir o Programa do Jô (ele é um soberbo, mas suas entrevistam geralmente me interessam), deitar numa rede, especialmente na praia. 

Sinto falta de igrejas evangélicas em todos os lados, escutar gente ouvindo música evangélica nos seus carros na rua, ouvir cearês, ouvir meus amigos e meu pai contando piadas (hehehehehehe), não agradecer tanto, não pagar gorjeta pro empacotador do supermercado, garçom, entregador de pizza ou qualquer outra pessoa que preste qualquer serviço simples (infelizmente muitos patrões não pagam um salário a esses profissionais e deixam ao cliente essa responsabilidade), não me vestir tão formalmente (algumas vezes), por incrível que pareça, sinto falta do calor de vez em quando (principalmente quando tô sem saco pra me arrumar e só quero botar uma camiseta, um short e tênis), e sobretudo, mais que tudo, SINTO MUITA FALTA DO MAR!!!! 

Pra mim, o mar é a síntese do poder, majestade e misericórdia de Deus. Numa obra tão singela da natureza, vejo a onipotência de um Deus capaz de conter um volume enorme de água num só lugar. Acho lindo, mas temo (tanto que nao sei nadar, é uma vergonha, eu sei, principalmente tendo uma mãe ex-nadadora e uma irma que competia tbm, mas tenho bons motivos: me afoguei 2 vezes na praia. Mas numa piscina não morro afogada, tá?!). Bem voltemos ao mar..... o mar é imprevisível e pode ser bastante perigoso. Quando vejo o mar sinto paz, sei que Deus está perto de mim, que Ele me ama, por isso aqui no México tive que escolher um lugar que eu chamo de minha praia. Um lugar igualmente obra das mãos de Deus e que tem uma cor que eu também gosto muito, verde.  









Faltando dois meses pra eu ver minha terra, abraçar os amigos e dar um cheiro na família, pensei em fazer uma lista de coisas do que preciso trazer pro México, coisas que só encontro no Brasil. 

1. Bandeira do Brasil, na verdade uma canga estaria bem, é mais útil...hehehehehe
2. Azeite de dendê,pra fazer vatapá (Ainda nao sei fazer, mas a graça é aprender)
3. Salgadinhos, vulgo, xilitos: pipoca Luiza, xilito de 0,10 de pizza (tomara que ainda seja esse preço), fandangos, baconzitos...
3. Requeijão (oh saudade)
4. Uma foto atualizada da minha família (comigo presente, claro)
5. Meus cadernos e agendas com meus poemas (tô pensando em postá-los na net. Talvez ninguém se interesse, mas tô com vontade, n importa!)
6. Alguns livros de estimação
7. Recadinhos e fotos das pessoas q mais amo (pra fazer um painel no meu quarto e senti-los mais perto)

É, tem coisas aí que não são tao específicas do Brasil, mais do meu mundo pessoal. Mas, continuando com a lista:
8. Meu perfume favorito: Galbe (tô aceitando presentes)
9. Vestidinhos do mercado central
10. Um kit de cearês arretado: paçoca, farinha, rapadura, cajuina e doce de caju. 

E talvez mais coisas que agora eu não me lembro, mas quando chegar em Fortaleza, com certeza vou me lembrar!!!

Bjoks. 

Fim de ano mexicano


A "piñata", o "nacimiento", as "posadas", os "reyes magos", as "pastorelas", a "cena de Navidad" e os "villancicos"  são apenas alguns dos costumes implantados no perído do vice-reino. Embora pertençam inteiramente à tradição cristã, adotaram características e elementos indígenas que permanecem até os dias de hoje.



Passei a noite de Natal numa família muito simpática e acolhedora, os Jiménez. Aparentemente a ceia de Natal é parecida à tradição que temos no Brasil, mas as comidas são um pouco diferentes e algumas particularidades marcam esse período.


Bom, a entrada foi um caldinho, logo o peru com seu acompanhamento (que também pode ser recheio) - carne moída com frutas secas - e purê de batatas e para beber rompope/refrigerante/água de jamaica (chamada de chá de hibisco no Brasil) etc.


LAS POSADAS

Uma representação do que passaram José e Maria para que lhes desse pousada e ela desse à luz ao menino Jesus.  Então um grupo vai caminhando de casa em casa cantando algo como: 
En el nombre del cielo, 
os pido posada...
Até que chegam à casa onde vai acontecer a festa e os aceitam, começando as "piñatas", 
comida, música, brincadeiras etc.  Poucas pessoas de fato fazem isso. O mais comum é que as pessoas façam festas em casa e convidem os amigos nos fins de semana de dezembro. 

A origem das "posadas" parece ser do convento de San Agustín de Acolman, onde os monjes agustinos aproveitavam a coincidência das festas cristãs e as dos ritos aztecas, que festejavam o nacimento de sua máxima divindade, o deus Huitzilopochtli. 

LAS PIÑATAS
Tem sua origem na China. Graças a Marco Polo o costume chega à Europa e na Nova Espanha (atual México) , na época colonial, são usadas como chamariz pelos frades franciscamos para atrair os indígenas às festas cristãs, especialmente as crianças.

São usadas em época de Natal e aniversários de crianças. 


Basicamente é um globo de isopor coberto com papel colorido e com 7 pontas - representam os 7 pecados capitais e quebrá-la simboliza aniquilar esses pecados e vencê-los - que as pessoas enchem de guloseimas. Os participantes são vendados e com um pau (geralmente adornado) tentam quebrar a piñata. Mas ela não fica estática, é presa a uma corda e nas duas extremidades tem uma pessoa que balança para dificultar um pouco. Na época de Natal, não só as crianças participam. 


Claro que eu não podia deixar de participar, né?! kkkkk

Enquanto alguém tenta quebrar a piñata, as crianças ficam atentas, porque se um pedaço se quebra e libera doces, elas correm pra pegar, parece um formigueiro. É bem engraçado e divertido. 

Olha eu aí vendada tacando o bastão na piñata!!!

REYES MAGOS
Aqui, na noite do dia 5 de janeiro se parte a Rosca de Reyes que é tomada com chocolate, café ou atole (bebida feita de maizena, tipo cremogema). Nessa noite, as crianças esperam seus tão esperados presentes, pois segundo a tradição local, não é Santa Claus  que os trazem, e sim os reis magos.Mas os pequenos fazem seu pedido de uma maneira especial. Clique aqui. 
No dia 6 de janeiro começou o período letivo nas escolas e
as crianças perguntam umas às outras o que cada um ganhou 
dos reis magos.


Os reis magos me trouxeram um livro lindo com todas as obras de Frida Kahlo.  

Gracias, Dani. :*

Bjoks.
Até a próxima.

Referências: