lunes, 18 de noviembre de 2013

Sociedade, expectativas e perspectiva individual

Agradar a todos não é fácil, mas se desprender do que as pessoas pensam pode ser um novo passo para sua vida e para você estar de bem com sua autoestima. Para a psicóloga Olga Tessari, o primeiro passo é não ligar para a opinião dos outros. "A característica de se preocupar demais com a opinião alheia é típica de quem tem baixa autoestima. E a autoestima é importantíssima, porque é a capacidade que uma pessoa tem de confiar em si própria, de se sentir capaz de poder enfrentar os desafios da vida, é expressar de forma adequada para si e para os outros as próprias necessidades e desejos, é ter amor próprio. Em suma, é saber que você tem o direito e merece ser feliz" explica.                                                                                       Fonte: http://ajudaemocional.tripod.com/id600.html
“O bom testemunho do cristão é a maior pregação do evangelho”.    Pr. Sidney Ferreira

Vivemos em sociedade. Como seres intrinsecamente socias, não podemos (não deveríamos) agir sem respeitar os direitos e pensamentos alheios. Até porque aquele que ignora a importância da sociedade deveria morar numa ilha deserta. No entanto, é preciso ter um meio termo. Respeitar e levar em consideração as opiniões de outros é diferente de agir conforme os ditames e expectativas dos mesmos. 

Conhecer uma outra cultura nos faz ver que há maneiras diferentes de levar a vida. Cada povo, família e pessoa tem uma perspectiva diferente da vida, de valores e até mesmo das coisas mais simples, como fazer um arroz, limpar a casa e decorar a sala. 

É importante entender que como sujeito que é estrangeiro numa terra, a pessoa não deve ser intolerante com a cultura local, e sim adequar-se - a seu modo - ao modo de viver dos nativos. Porque se pensamos bem, do que adianta você cruzar o mundo pra conhecer outra cultura e agir como se estivesse na sua, querendo que os nativos do lugar aceitem seu modo de vida e (em muitos casos) vivam como você? É melhor você voltar para seu lugar de origem. Lá você é aceito (supostamente) e a maioria das pessoas age como você, uma vez que orientadas pela mesma cultura.  

Isso não sou só eu que digo, a antropologia e a bíblia também.
É preciso tirar as lentes da própria cultura e colocar as lentes especiais para ver uma cultura diferente. Isso não quer dizer que você concorde e participe dessa nova cultura, mas que você a respeita, e essa sua postura faz com que a sua cultura também seja aceita (geralmente) como consequência.

Jesus e Paulo são exemplos de pessoas que respeitaram a cultura local, mas não compactuavam com muitos valores dos povos que entravam em contato. Essa atitude de respeito diante das culturas que encontravam chamava a atenção das pessoas, e elas acabavam por quererem conhecê-los melhor. 

A Antropologia da cultura também defende essa postura de tolerância e observação. Afinal, como se pode analisar uma cultura sem deixar-se ser tocado por ela, de alguma forma. Isto é, sem observar de perto os fenômenos sociais. Se o estrangeiro não quer conhecer a cultura nativa do lugar que visita, demonstra falta de respeito e intolerância à cultura em questão. 

Portanto, o que você vê nesse blog, nada mais é do que um registro das minhas experiências no México. Porque me fascinam Antropologia, Psicologia, Literatura, Linguística e Arte. Isso não quer dizer que mudei de crença ou que deixei de ser quem sou. Uma coisa que tenho aprendido nesses 9 meses que levo aqui na Cidade do México é que é impossível alguém deixar de ser quem é. Podemos disfarçar, fingir, progredir, melhorar ou piorar, mas a essência permanece intocável. Porque ela foi forjada por experiências (presentes na lembrança), genética, educação etc. A aparência pode até mudar (não só a física), mas aquilo que realmente somos, jamais. Nossa natureza é única e imutável, pode ser transformada, controlada, treinada, mas não alterada, anulada e substituída por outra. 

Por isso, sinta-se à vontade para debater, explicitar seu ponto de vista sobre o que lê e vê nessa página. Esse é um espaço público e democrático.


Sem mais, 
Ivana Roberta S. Marreiro     

   

miércoles, 6 de noviembre de 2013

Celebração da Morte

Panteón Mixquic
Nuestro culto a la muerte es culto a la vida, del mismo modo que el amor, que es hambre de vida, es anhelo de muerte. 
Octavio Paz

A celebração do Dia dos Mortos é praticada em toda a República Mexicana. Participam tanto as comunidades indígenas como grupos mestiços, urbanos e campesinos. É resultado da mestiçagem de indígenas e espanhois. Outros países latinos também compartilham essa festividade.   


O dia dos mortos é conhecido como a tradição mais representativa da cultura mexicana. A celebração ocorre em 2 dias: 1° - dedicado às almas infantis - e 2 de novembro - dedicado aos adultos.

Embora a tradição anglo-saxônica Halloween tenha influência na cultura mais atual, na maioria dos lares mexicanos a tradição perdura e se organizam oferendas muito particulares. Por exemplo, quando me dirigia ao Cemitério de Mixquic vi muitas crianças fantasiadas pedindo doces nas casas, comércios e aos transeuntes.

Uma parte dessa tradição implica visitar os cemitérios. Seja durante o dia ou durante a noite, as famílias se reúnem e colocam velas sobre as tumbas como uma forma de iluminar o caminho das almas em seu retorno pra casa. Muitos pernoitam nos cemitérios que ficam abertos 24 horas nessas datas. Outros contratam grupos musicais que interpretam as canções preferidas dos difuntos ao pé do sepulcro.



Os mexicanos percebem a morte de uma maneira muito peculiar. Eles zombam e se divertem com a morte. Um exemplo disso é a popular "Catrina": uma caveira vestida com diferentes adornos como amostra da presença da morte em tudo no cotidiano.



Como no Brasil, muita gente se aproveita do velório pra tomar umas tequilas. 



Outro aspecto interessante são as "calaveras" (caveiras) literárias; se trata de versos rimados que ironizam situações de personagens populares e impopulares usando o tema da morte com uma intenção humorística. A cada ano promove-se essa atividade cultural através de concursos (desde a infância, nas escolas) onde se premia a criatividade das composições.

Nas empresas os funcionários costumam fazer uma espécie de amigo secreto, mas com temática do dia de mortos e escrevem calaveras uns para os outros. Bem divertido!



As pessoas pagam pra bater foto com touros. 








Dá uma olhada nesse senhor atrás de mim. Tá certo, tem que usar os produtos q vende! kkkkkk
Concerto de Flauta do lado de fora do cemitério. 
Olha o tamanho dessa mulher!!! Ou sou eu q sou baixinha mesmo?? 
Cemitério lotado, cheiro  forte de incenso e flores e o rock troando em uma das tumbas. O pessoal quis homenagear o morto, mas passou dos limites do bom senso. A zuada tava insuportável! :S 








Ui, q medo essa pilha de osso ao fundo! De quem são???



Já q não tem cadeira nem conforto, as famílias se sentam nas tumbas alheias mesmo... 


Essa aí atrás é a Catrina!

No dia 31 de outubro, no Zócalo, foi realizado uma mega oferenda e era aberto ao público. Eram obras de arte alusivas à morte feitas por órgãos públicos e de algumas das 16 delegações que formam parte do DF.  



O que me chama a atenção é que a Igreja Católica não proíbe essa tradição, pelo contrário, incentiva bastante. É uma grande salada de paganismo, respeito, tradição, indígenas, espanhois e festa.  


Oferenda na porta do Palácio de Belas Artes
Havia uma multidão nesse dia transitando por todo o centro, especialmente na rua Madero, em direção ao Zócalo. 
Antes q eu fizesse cara de medo a foto me pegou de surpresa. Poxa!!! kkkkk







Até o cachorrinho entrou na festa. (rsrsrsrsrs)
Pão de morto
O pão de morto (pan de muerto) é indispensável nessa época. É um pão redondo (geralmente) coberto com açucar e de massa fofa, coberto de tirinhas que lembram ossos. Existem alguns que são feitos em forma de esqueleto ou de animais. É como o panetone no Brasil que só é vendido em época de Natal (se bem que agora se vende em qualquer época, né?). Eu passava o ano todo esperando chegar o Natal pra comer panetone...hehehehehe. Parece que os mexicanos esperam o ano todo também. E logo depois você não consegue mais comprar em lugar nenhum. :(

































Av. Álvaro Obregón - 30 de Outubro

Claro que não podia faltar a oferenda pra Frida Kahlo. Ela adorava fazer isso (embora fosse ateia)!

A crença popular é que as almas dos seres queridos retornam da ultratumba durante o Dia dos Mortos. Por esse motivo, as famílias armam altares com oferendas onde colocam a comida e bebida favoritas do finado, além de frutas, caveiras de açúcar e jogos para as crianças (anjinhos). Não faltam fotos dos difuntos e as coloridas flores de cempasúchil (laranja e que tem um cheiro forte e característico dessa época).   


Olha que legal, uma oferenda para Paulo Freire, grande pedagogo brasileiro. 
Alguns bares, quando não tem espaço em suas dependências põem as oferendas na calçada ou , nesse caso,  no canteiro. 

É comum que muitas empresas e instituições montem sua oferendas que podem ser em homenagem aos funcionários que já morreram ou simplesmente representativo. Esta, por exemplo, foi armada na escola onde dou aula. Hoje quando fui à Migração, havia uma enorme na recepção. Acho curioso o fato dos mexicanos misturarem o lado cultural e religioso com o espaço laboral.  



Bjoks. 

Referências: