lunes, 25 de marzo de 2013

É primavera

A vida é feita de decisões diárias. Tem coisas que às vezes deixamos pra amanhã, depois, semana que vem e no fim das contas já nem nos lembramos mais. Ontem dormi decidida a mudar minha rotina. Hoje acordei cedo, me arrumei, comi a uma maçã e fui correr. Paisagem bonita não falta... mas ainda estou definindo minha rota. O sol tinha cabado de nascer e ainda fazia friozinho... Uma delícia de caminhada! Na volta, umas abdominais e me senti super disposta pra ir trabalhar. Se eu continuasse só comendo, trabalhando e estudando iria virar uma bolota. kkkkkk

É claro que o fato de ser primavera e não estar tão frio dá mais ânimo...
Aí, o guarda-roupa deixa de ser casaco, cachecol, sapato fechado e pode ser o mesmo a que já estou acostumada... :D

Hoje de manhã!


Bjoks.

MORAR SOZINHA


Sempre tive curiosidade de morar sozinha. É, porque só vontade não resolve muita coisa. Embora eu more com uma “hermana” argentina é o mesmo que morar só. Ela sai pra trabalhar quando ainda estou dormindo (exceto segundas e quintas, pois eu saio de casa às 5:30 a.m) e depois do trabalho quase sempre tem happy hour com o namorado. Além do mais ela dorme super cedo, quando volta pra casa. Eu já nem faço mais jantar pra nós duas, ela sempre come fora. No fim de semana ela acorda tarde, quando desentoca (do quarto) é pra sair.

Tudo isso pra dizer que eu “semi” moro só (expressão tomada da minha amiga Rebeca Lídia – xero, gata!).

Pois bem... Nos últimos meses eu me queixava de um espaço só pra mim – não por egoísmo, muito mais pelo desejo de arrumar as coisas e elas permanecerem no mesmo lugar e pelo silêncio (pra pensar, estudar, orar etc) quando eu assim desejasse – nada pessoal, tá, Iana?! -.

Existem coisas na vida que a gente precisa experimentar pra saber como se sente, pra tirar uma conclusão sobre. Como tudo na vida, morar só tem suas vantagens e desvantagens (que me respalde minha amiga Luma).

Estudo, trabalho, assisto quantos filmes eu quero (uma média de 6 por semana), lavo os pratos na hora que eu quero (na verdade quase sempre depois que cozinho... fanática por ordem e limpeza, assumo. kkkkk), cozinho o que eu gosto (e ultimamente em muita quantidade, tô me sentindo uma baleia com meus tão almejados [e recentes] 52kg), vejo o canal que quero na TV , entre outras coisas que só dependem da minha vontade.

No entanto, não tenho pra quem contar como foi meu dia, quando fico doente não tem quem cuide de mim (nas primeiras 3 semanas aqui fiquei gripada e tive febre), não tenho companhia  pra ir à igreja, não tenho quem opine na minha roupa (pra sair ou pra comprar) mesmo que eu escolha outra coisa (kkkkkk), não tenho a quem pedir a benção antes de dormir e quando saio, nem com que comer pizza quando não há jantar feito. Não tem ninguém pra eu palpitar na vida, nem pra eu contar uma novidade, não tem com quem visitar museus, nem com quem caminhar (né, tia Eva?!) e muitas outras coisas que só uma família pode proporcionar.

Mas sempre me lembro de que eu gostaria dessa experiência, eu queria viver isso na pele. Pode crer que nunca mais vou querer morar só, viu, mãe?! O mais interessante é que minha amizade com o Esp. Santo se fortaleceu nesse tempo de solitude. Afinal, uma pessoa extremamente social como eu precisa ter com quem falar. Então passo o dia falando com Ele, dizendo o que tenho que fazer, do que tenho medo, que Ele proteja minha família e meus amigos, do que quero comprar, dos lugares que quero conhecer etc. Essas horas dedicadas a mim mesmas têm sido extremamente frutíferas pra orar, descansar a mente, refletir, adquirir conhecimento e sonhar com o futuro.

Pra quem precisa de um tempo a sós consigo mesmo, dar uma escapada do restante do mundo, aconselho morar só num lugar onde não conheça ninguém. É construtivo, nos ensina o valor das pessoas que nos amam e que amamos, nos impulsiona a socializar, desbravar os lugares desconhecidos (me senti uma colonizadora espanhola agora...kkkkkk), a observar a vida sob a perspectiva de outro povo, nos ensina a respeitar as diferenças e aprender muito com elas.

meu almoço esses dias... rsrsrs

Indo trabalhar no style! kkkkk




Antes de ir ao shopping...


Bjos, querido(a)s!

Visitas a igrejas


10:30 a.m começou o culto na igreja Semilla de Mostaza. Fui sozinha, já me ensinaram que  condução tomar e o caminho (tenho que andar uns 4 quarteirões pra pegar o bus e mais uns 3 depois que desço na parada). Mas como vale a pena! Volto pra casa leve, flutuando. Sempre me lembro do salmo que fala: “Alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor”.

Essa foi minha 3ª visita e, como nas vezes anteriores, gostei bastante do culto. O louvor foi ministrado por um irmão muito talentoso, uma das canções eu conhecia (Eu te louvarei, te glorificarei, eu te louvarei, meu bom Jesus...) e me senti em casa (rsrsrsrs).

O tema do culto foi: Jesús, nuestra pascua e o pregador de hoje falou sobre 5 episódios bíblicos onde vemos a morte e o derramamento de sangue como paga dos pecados do homem (Adão, Caim e Abel, Abraão e Isaque, a última praga do Egito e a expiação realizada pelos sacerdotes até a vinda de Cristo, o redentor máximo). A mensagem foi linda, fiquei muito sensibilizada com a ação do Esp. Santo. Fiquei sozinha, minha companheira de culto chegou depois de mim e nos desencontramos, mas mesmo assim foi tudo ótimo. No momento do apelo cerca de 40 pessoas se levantaram e fizeram oração de conversão. Enquanto a última canção do culto era tocada as pessoas que se converteram foram convidadas a se aproximarem do altar pra receberem as boas-vindas do pastor, bíblias e algumas instruções sobre sua nova vida em Cristo e horários do discipulado (sala de “nuevos creyentes” que ocorre na semana). O último louvor marca o encerramento do culto, não há benção apostólica. Estou bastante inclinada a ficar nessa congregação.

4:30 p.m começa o culto na igreja Belén. No entanto saí de casa com bastante antecedência, embora a igreja fique a uns 25 min (a pé) da minha casa. É que numa rua próxima à igreja há uma feira que acontece todo domingo. Ali se vende desde peças de vestuário, bijuterias, doces (como em toda esquina. Oh povo pra gostar de doce! Haja diabetes.) a comida e calçados. Tem gente que vai tomar café (na verdade encher a pança de tacos, enchiladas, empanadillas etc) e outros que vão pra almoçar e fazer umas comprinhas. Achei curioso ver homens de terno e mulheres de salto alto sentados em banquinhos de plásticos ao lado de crianças e pessoas bastante humildes. Na hora de comer todo mexicano é igual, quero dizer, não há divisão de classes sociais. Dei uma voltinha pela feira enquanto dava a hora de ir pra igreja.

Chegando à igreja - meia hora antes do culto – (Para os que dizem que não consigo não me atrasar. hehehehe... né, Iana?), me surpreendi com o costume das irmãs: véu na cabeça. Pensei que fosse só para as casadas, daí vi jovens e crianças usando também. Ainda não sei qual é o critério para o uso do véu. Só sei que a primeira coisa em que pensei quando vi o coral de senhoras foi naqueles velórios de filme (rsrsrsrs). Ok, deixando de lado a gaiatice... Me senti inadequada, porque as pessoas tem um tom tão solene, formal e eu tão batista no meio daquele povo com jeito de assembleianos rígidos (até a oferta é com salvas também). A igreja é toda “trabalhada” no glamour... mármore, vidro e madeira, os bancos até brilham. Umas irmãs estavam de terninho, saia comprida, salto alto. As garotas de botas, meia-calça, vestido ou saia e... véu.¬¬  As únicas pessoas de calça eram os homens e algumas visitantes, porque houve batismo e os familiares de alguns irmãos foram convidados. E eu de legging, vestidinho, bolsa de zebra, colar de continhas coloridas, unhas coloridas - os velhos pontinhos de cores super discretas -... Já imaginou a cena? A cara deles era o melhor! (rsrrsrs). Acho que eles pensaram que eu era descrente, não fosse a bíblia na minha mão. Mas eles não me discriminaram nem nada, foram bem educados. Me saudaram na entrada, na saída e uma irmã que estava ao meu lado me cedeu seu hinário pra eu acompanhar as quase 15 músicas que cantamos no decorrer do culto (eu juro que não to exagerando!). Era um senta-levanta, que somado ao que eu já tinha caminhado de manhã e pra chegar até lá, eu já tava sentindo dor nas pernas e nos pés.

Bem, não houve pregação, o pastor (parecia o jeito do Pr. Elvis, para os que o conhecem sabem do que to falando...rsrsrsrsrs) – Abração, querido Pr. Elvis – fez uma reflexão rápida numa passagem e começou a batizar o povo no tanque que fica no altar. Não sei porquê, mas demorou um tempão! Enquanto ele batizava as quase 20 pessoas cantamos, cantamos e cantamos. Eles tem duas harpas – é, meus amigos, pra quem acha uma harpa demais, tai..rsrsrs – e cantamos até músicas infantis de uma das harpas.

Mas a característica principal dessa congregação é que é bastante aconchegante, apesar da minha inadequação inicial. É que me fez lembrar o clima de comunidade, a alegria dos louvores, a voz da igreja como num coral, a forte presença do fogo de Esp. Santo. E a benção apostólica é exatamente igual a que eu estou acostumada (só que em espanhol, claro).     

Acho que meu pastor Gigi iria gostar muito dessa igreja. Quem sabe, né, pastor?! Bjão pra vc.

O culto terminou com certo atraso, mas ainda era dia. O sol se põe entre 7:00 p.m e 7:30 p.m. Daí fui caminhando rápido pra casa, antes que anoitecesse. Não que seja perigoso, mas as ruas estão vazias nesse horário e minha rua fica a 4 quadras da avenida. Fiquei mais tranquila quando vi uma viatura numa rua e mais a frente, perto de casa, outra. Moro a 2 quarteirões de uma delegacia, portanto sempre há ronda nessa área. Além do mais moro num bairro de condomínios, carros importados (tem uns que eu nunca tinha visto na vida, portanto não posso nem dizer a marca, mas são lindíssimos), restaurantes chiques - até os cachorros parecem caros – (hehehehe).

Fico devendo fotos da colônia onde moro e da colônia onde fica a igreja Belén. São 2 bairros de casas lindíssimas, ruas limpas, muito arborizadas e com muita variedade de comércio. Ficam exatamente um de frente para o outro, divididos apenas pela imensa avenida Insurgentes.  

¡Hasta luego, muchacho(a)s!!!

¡Dios les bendiga!

Besitos cariñosos. 

miércoles, 20 de marzo de 2013

A frente fria do fim de semana


SEXTA

Desde quinta à noite começou a fazer bastante frio, mais do que eu já tinha sentido até agora (só havia sentido vento fresco até agora). Na sexta pela manhã saí de baixo de neblina pra aula na Cidade Universitária (UNAM). Apresentei meu tema de pesquisa à professora () e ela me disse que lhe interessou bastante minha proposta. No final da aula pedi as coordenadas mais detalhadas do trabalho e quando voltei sentia bastante frio ainda. O pior é que com chuvisco a sensação é de que você tá todo molhado por causa da umidade.

Chegando em casa decidi fazer uma faxina. Com o frio que fazia, me senti mais aquecida levando e trazendo balde d’água, passando pano no chão, lavando banheiro... ao som de Thalles. Mas eu tava de olho no relógio porque tinha que me encontrar com a Nancy (secretária do meu trabalho) pra irmos a uma reunião de oração na igreja dela: Iglesia Semilla de Mostaza (Semente de Mostarda).

Presenciei uma ministração de louvor que sempre quis fazer: voz, violão e cajón. A levita, sentada num banco no altar, cantou 3 canções e ao fim de cada uma ela dizia palavras de amor a Deus. Singelo, com um som ambiente, agradável. Creio que Deus recebe todo louvor que é realizado de coração, mas como é sublime deleitar-se numa voz doce (parecia a voz da marcela Gandara) em canções tão profundas cantadas de maneira suave, como se estivéssemos sussurrando aos ouvidos de Deus.


culto de oração, como se pode ver...rsrsrs









Quando cheguei em casa, a Aldana (minha companheira de ap.) e seu namorado estavam me esperando pra sairmos. Fomos à Coyoacán (em língua indígena, lugar de coiotes). Lá nos encontramos com mais dois amigos deles da AIESEC e fomos a uma pizzaria aconchegante e com um menu de encher os olhos. Fazia bastante frio, eu tava batendo os queixos (de verdade..rrsrsrs). Coyoacán à noite é linda, é um bairro histórico do DF (Distrito Federal ou Cidade do México), cheio de bares, restaurantes, cafés e lojas de artesanato. Além de duas praças lindas que delimitam o centro da colônia (bairro).







Iglesia del Carmen - plaza en el centro de Coyoacán

Estávamos nos perguntando que desenho seria esse, de noite não dá pra visualizar muito bem. Linda fachada.









SÁBADO

Depois do trabalho, voltei caminhando pra casa (como quase todos os dias) e vi muita coisa interessante pra vender nas calçadas. O interessante é que se vende de tudo: comida, livros, bijuterias, roupas, frutas etc. Hoje, infelizmente não vi morango pra vender. Em casa, a Aldana me esperava com um amigo também da AIESEC, o Rafa. Almoçamos na colônia Nápoles em frente à casa dele. Conhecemos seu ap. onde vive com a família. Nunca vi uma decoração clássica tão linda e coesa, quero dizer, eram do mesmo motivo. A sala de estar e o a sala do piano pareciam uma galeria de arte. Havia quadros pendurados em todas as paredes, e o mais curioso é que eles são feitos de quebra-cabeças (o hobby da família). Eles montam e depois põem uma moldura.

O Rafa nos acompanhou a Coyoacán. Vê-la de dia é bem diferente. Não sei se por sábado ou por segunda ser feriado que as duas praças do centro estavam cheias de gente. Turistas, comerciantes, famílias, taxistas etc. Vi até cortejo de casamento saindo da igreja de uma das praças. Um frio duríssimo e as damas de casamento (vestidas de vermelho e salto alto) com sobretudos para tentarem se abrigar... Nos sentamos um pouco num banco da praça da igreja e conversamos bastante.

World Trade Center

Um dia quero morar numa casa assim. Toda vez que passo por ela fico admirando-a. Está pertinho da minha casa. Calle Romero de Terreros, caminho pra av. Insurgentes. 

World Trade Center



Fonte dos coiotes




Apresentação de artistas de rua.


Essas ruas eles chamam de "empedradas".



Barzinhos e restaurantes... Caaaros!


O mesmo prédio que admiramos ontem. Lembra da foto?




Fonte dos coiotes vista de outro àngulo: da praça ao ao lado.



Um ônibus fantasiado de bonde...hehehehe


Saindo um cortejo de casamento.


Depois que nos despedimos do Rafa, a Aldana e o namorado estavam planejando uma saída logo mais. Em casa, nos trocamos e esperamos ele chegar pra sair outra vez. Ele chegou algumas horas depois com outro amigo da AIESEC e fomos comer pizza perto de casa. O lugar era ótimo e nos divertimos muito. Regressamos tarde, e tentei dormir logo porque sabia que meu domingo começaria cedo.

DOMINGO
Acordei cedo, porque às 10h iria me encontrar com a Nancy pra irmos ao culto de 10h30 na Semilla de Mostaza. Acho que a frente fria se foi, até fez um calorzinho. Depois do culto, quando voltei pra casa, a Aldana e eu fomos ao World Trade Center (um prédio imenso onde nos primeiros andares funciona uma loja de departamentos e alguns restaurantes) pra ela comprar umas coisas no Sears (a mencionada loja).  Assisti uns filmes que baixei na semana e passei a noite sozinha. Segunda foi feriado. Mais um dia de filmes, correção de manuais e revisão de provas.

Até a próxima,

bjoks.