sábado, 9 de marzo de 2013

08/03 - 1º dia de aula – UNAM ou O dia Internacional da Mulher


Eu vim pra trabalhar. Mas saí com um peso no coração por deixar meu curso de Psicologia trancado por um ano. Então, para não perder tempo e não esfriar nos estudos da minha futura carreira (rsrsrs) fui à Universidad Autónoma de México (pública, super concorrida e bem recomendada) e falei com a coordenadora (já comentei isso em outro post) pra ser aluna ouvinte. Bom, passei uma semana sem aparecer lá, estava esperando me mudar. Agora, na nova casa e devidamente instalada, fui à aula.

Os horários de aula são bem diversos aqui (9h – 12h, 10h-13h, 17h – 20h etc) e não só na UNAM, no ITAM também é assim. Cheguei antes da aula de 10h pra procurar a sala. Com os horários na mão, contendo lista de professores, disciplinas e respectivas salas, me dirigi à sala onde deveria haver aula de “Fuentes de Información”, se eu não me engano é do 5º semestre. Passei meia hora procurando a sala onde seria a aula (a Faculdade de Psicologia conta com 5 blocos): minha aula deveria ser no prédio A, mas havia um aviso na porta dizendo que seria no prédio D. Nesse instante lembrei-me muito das aulas na faculdade de Letras na UECE, na disciplina de “Dêixis”, quando a empolgada professora Helenice falava sobre a falta de referente para situar alguém na comunicação. Faltava no aviso um elemento dêitico, isto é, uma alusão ao dia, horário, professor ou disciplina no tal bilhete. Daí eu não sabia se era do dia anterior ou do dia de hoje e não tinha a quem perguntar ali. O bom é que nessa busca conheci o núcleo de Pós-Graduação (de repente, daqui a alguns anos eu volto pra um mestrado ou doutorado, quem sabe...).

Pois bem, fui à coordenação pedir ajuda à coordenadora que me recebeu outro dia e ela me disse que a professora dessa disciplina está doente e não pode subir escadas, então as aulas estão ocorrendo no térreo do bloco A. Passei meia hora sentada num parapeito perto da dita sala esperando que alguém aparecesse pra eu confirmar se ali seria a aula da disciplina da professora Dra. Olga Bustos. Saquei um livro da pasta e fiquei lendo enquanto esperava. Uma garota apareceu de repente me saudando. Seguramente me confundiu com outra pessoa...rsrsrsrs Coitada! Fui discreta pra não deixá-la ainda mais envergonhada. Ela saiu de fininho depois que eu comentei que estava esperando alguém aparecer pra tal disciplina. Pouco tempo depois uma garota entrou na sala, entrei atrás dela e confirmei que ali seria a aula. Ufa! A aula que deveria começar às 10h está ocorrendo às 11h, devido ao estado debilitado da professora.



Antes da aula começar...


A professora está trabalhando análises de filmes e documentários, cujo tema é violência contra a mulher em todas as suas estâncias. Cada aluna foi descrevendo os filmes que assistiu e foi respondendo às perguntas sugeridas pela professora para a redação do trabalho. Gostei muito dos filmes, anotei muitas palavras novas e expressões que não sabia em espanhol (hihihi). No final, depois que todas já haviam falado, a professora percebeu que faltava eu, então lhe disse que era apenas aluna ouvinte. Ela me pediu um parecer de tudo o que eu havia ouvido, falei resumidamente sobre o machismo (onde creio que é a gênese de tudo e infelizmente muitas mulheres o reproduzem) e sobre o fato da violência contra a mulher ser algo global e antigo (me lembrei que no Brasil sempre há notícias dessa natureza) e só agora algumas delas (ou de nós, poderia dizer) estão se apoderando de seus direitos e tornando pública sua situação. Foi um dia internacional da mulher para lamentar a condição a que muitas mulheres estão submetidas, não só pelos que as deveriam amar, respeitar e proteger, como também pela cumplicidade da sociedade e das autoridades que ignoram todo esse caos. A professora relembrou o motivo da existência desse dia (morte de 149 trabalhadoras nos EUA, queimadas em seu próprio local de trabalho porque reivindicaram igualdade de horas de trabalho em relação aos seus colegas homens) e houve uma discussão sobre a contribuição da sétima arte (filmes e documentários) para esse tema delicado e recorrente do desrespeito à mulher.

No final da aula, me aproximei da professora e lhe pedi o e-mail da turma e a senha pra poder ter acesso a textos e trabalhos. Ela não só me deu o e-mail do grupo, como o dela, seu telefone e anotou meu nome na lista de chamada. Pedi pra fazer esse mesmo trabalho, se ela o receberia, ela disse que com muito prazer, então comentei que o filme “O segredo dos seus olhos” (produção argentina com a participação do talentosíssimo Ricardo Darín) trata esse tema, ela me disse que era uma ótima escolha. Uma colega me emprestou seu caderno com as perguntas que a professora sugeriu e anotei tudo.

Saí satisfeitíssima da minha primeira aula e já com trabalho a fazer. O bom é que aprendo vocabulário escutando eles e agora vou ter um acompanhamento da escrita na língua espanhola. Perfeito!!!

Foi a maneira que encontrei de não ficar enferrujada em produção acadêmica. E como disse minha amiga Sandra, vou poder ter contato com minhas duas paixões - espanhol e Psicologia - ao mesmo tempo.

Bem, isso é tudo, amigos, até a próxima.
Bjoks.


    

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