Reflexões de conexão (Guarulhos Aeroporto Internacional) – 04h41

       Aqui sentada no chão do 2º piso do aeroporto esperando a hora do meu embarque para a Cidade do México, fiz uma breve retrospectiva da minha vida, embalada pela melodiosa banda americana Switchfoot.

É quando não se tem controle algum sobre a própria vida que se percebe o quanto o homem é um grãozinho de areia nas mãos de Deus. E finalmente me dei conta que meu curso, minha xenofilia (especialmente em relação aos países hispanohablantes) e meu espírito aventureiro confluíram para que hoje eu aqui estivesse escrevendo esses pensamentos...

       Muitos me chamaram de corajosa, mas a verdade é que estou com medo. Creio que o que diferencia o corajoso do covarde não é a presença ou ausência do medo, mas o quão longe se está disposto a ir sabendo que ele está presente.

Sentada, vislumbrando o aeroporto e comendo um bolinho de chocolate – que minha tia Ivanete carinhosamente me deu para degustá-lo durante as largas horas de espera (7h em vigília até embarcar para o México) – refleti que não importa o quanto somos apegados à família, todo ser humano deve ser capaz de ficar só, isto é, na vida entramos sozinhos e dela saímos do mesmo modo. O que quero dizer é que só podemos contar com uma pessoa em todos os momentos... Agora não há o carinho da mamãe, a proteção do papai, tampouco a amizade dos irmãos, nem a confiança nos parentes próximos.  Uma parte da nossa caminhada deve ser trilhada na mais completa solidão –  não entenda isso como melancolia e/ou dramatismo -, pelo menos de outros seres humanos.

      É preciso estar preparado para o novo, o estranho e, consequentemente, incômodo (a princípio). É “fácil” levar a mesma vida até o fim da existência, no sentido de zona de conforto. Porém o novo nos empurra a um precipício inevitável, a adaptação, o amadurecimento. Só há duas escolhas: entregar-se à adaptação ou sofrer as consequências do orgulho.

Essa adrenalina que o desconhecido provoca é indescritível!!! Um misto de ansiedade, saudade dos meus (já...rsrsrsrs) e disposição para enfrentar o que vier pela frente.

É nesse espírito de ousadia e encorajamento, escutando “Estou contigo” interpretada  pelo cantor mirim Jotta A que escrevo as últimas linhas dessa reflexão da madrugada.

Bjos no coração.